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São os jovens que não querem trabalhar, ou os mais velhos que só querem mandar?

  • Rodrigo Ribeiro
  • 14 de fev. de 2017
  • 3 min de leitura

Atualmente, um dos maiores desafios dos gestores é saber lidar com seus subordinados jovens. Um gerente de cinquenta anos certamente viveu seus vinte numa cultura totalmente diferente que a dos jovens atuais. O equívoco dos gestores de hoje tem sido o de querer que seus jovens colaboradores se adequem às suas ordens, assim como eles faziam na época em que eram estagiários, ou apenas operadores.

Nunca antes na história, tivemos esse conflito de gerações nessa velocidade. Rapidamente tem-se mudado opiniões, hábitos e estilos de vida, e, acredito que o maior fator para essa mudança, seja o desenvolvimento desenfreado de novas tecnologias (claro que existem outros motivos). Por exemplo, enquanto eu acredito que a melhor forma de ganhar dinheiro, é abrindo minha própria empresa, já tem quem está vivendo bem, apenas postando vídeos no Youtube e recebendo por isso.

Essa mesma sensação de que estou ficando para trás vejo estar presente nos gestores. E como seres humanos que somos (competitivos por natureza e que não aceitam ficar para trás), acabamos entrando em uma zona de conflito onde quem tem mais poder geralmente vence e barra o oponente. Infelizmente, cheguei a ser alvo desse conflito de gerações e, por ambos os lados não terem sabido lidar com a questão, perdi a oportunidade de elevar o meu potencial numa grande empresa que trabalhei e o meu gestor perdeu a oportunidade de realizar coisas inovadoras pertinentes à nova geração.

A atual crise econômica que o Brasil vem enfrentando, tem levado muitos gestores a repensarem sua forma de montar equipe; descartando mentes ousadas e independentes, para contratar funcionários totalmente submissos e incapazes de questionar ou propor novas soluções. Esse tipo de decisão regride a empresa ao modelo de gestão da década de 90 e isso não é prudente. Se estamos em 2017, temos que adaptar o ritmo, senão as empresas mais modernas nos engolirá sem dó ou piedade.

Os jovens precisam desenvolver uma empatia para com seus gestores. Sua forma de gerir inconsequentemente reflete como foi o seu modo de servir a empresa e seu superior no passado. Para a maioria deles, a experiencia era um pouco positiva e por isso mesmo acabaram adotando o mesmo comportamento de antigamente. Por mais que valores como disciplina, obediência e rigidez não eram agradáveis de serem aplicados, eles mostravam algum resultado eficiente para as empresas e por isso, muitos ainda hoje adotam esse estilo.

Falando dos gestores, eles precisam entender que seus subordinados não serão como os funcionários de antigamente. O mundo que eles vivem hoje, mostra que tudo é muito cheio de paz e amor. Eles sempre vão buscar um caminho que lhes pareça menos árduo. Trabalhar sob pressão não é o forte deles. Preferem a conversa amigável. Olhar para o gestor como patrão, lhes parece opressor. Vão preferir um líder que ande lado a lado com eles. Obedecer sem questionar será quase impossível. O acesso à informação que lhes são oferecidos, chega a fazê-los acreditar que sabem tudo e que têm razão caso acharem necessário discordar.

Como lidar com esse choque de geração? Acredito que além de entender, o gestor precisa se infiltrar nessa nova forma de administrar sua equipe. Contratar uma grupo de paus mandados resolve aparentemente a questão. Não diria que os chefes de hoje precisam se reciclar, ele só precisam convergir suas ideias e habilidades ao novo modelo de coordenar e delegar elas. Se o gestor, ao invés de querer ser arrogante, escolher ter empatia pelos seus funcionários e adequar seu modo de falar à realidade deles, grandes serão as chances de atingir os resultados da empresa. Afinal, não são os jovens que não querem trabalhar, nem os velhos que querem só mandar. Trata-se de uma falha na comunicação e esta, só é possível ser consertada através do diálogo.

 
 
 

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