Primeiro o marketing, depois a propaganda
- Rodrigo Ribeiro
- 10 de fev. de 2017
- 3 min de leitura

Chega doer a alma ver empresas gastando tanto dinheiro com propagandas, que por sinal até são atraentes, mas no final não produzem o determinado resultado, e se produzem, é algo bem abaixo que o dinheiro que foi investido. Daí, o cliente, insatisfeito e frustrado (com razão)porque sua campanha publicitária não deu certo, decide quebrar o contrato com a agência e começa a falar para meio mundo que esse negócio de propaganda não vira coisa alguma.
Esse é o dilema que eu, profissional de marketing, encontro todas as vezes que proponho para uma empresa contratar o meu serviço. Mas antes desse, tem o deles mal saberem o que é marketing e propaganda (assunto este que já abordei no artigo anterior). Enfim, a grande questão dos donos de estabelecimentos hoje é que eles estão preferindo solucionar seus problemas de vendas fazendo algo mais "pomposo" do que minucioso, ou seja, preferem gastar com uma agência para divulgar sua página no Facebook, do que treinar seus funcionários para atenderem melhor seus clientes.
O que tem acontecido hoje no mercado é preocupante. E a culpa não é necessariamente da agência de publicidade, afinal essa é a sua finalidade, criar, elaborar campanhas atrativas, utilizar os meios de comunicação que irão de encontro ao target, etc. O problema está na empresa em não querer ter uma despesa com um profissional de marketing. E não adianta o atendimento da agência falar que substitui essa função que não é verdade. O atendimento em si visa repassar o briefing para a área de planejamento e criação e ponto. Se nesse meio de campo houvesse um diálogo entre um marqueteiro da empresa e o atendimento da agência, certamente a campanha que viesse ser veiculada surtiria muito mais efeito.
O trabalho do profissional de marketing vai mais além; ele faz questão de tornar verdade no ponto físico do estabelecimento aquilo que foi planejando ser divulgado através da agência de publicidade. E tornar esse plano possível não é nada fácil pois existe um fator por trás que poucos gostam de mexer: o humano. Mudar a filosofia de uma empresa é fácil, agora, convencer o colaborador da empresa que de que ele tem que ser a filosofia em vida da empresa gera um trabalho, às vezes penoso, porque em muitos casos, quem precisa ser readaptado não é nem o atendente de algum departamento, e sim, o gestor.
Por isso, sempre que eu converso com um empresário e ele me afirma que propaganda não funciona e que marketing só serve para tirar dinheiro, eu começo a ir desenrolando fio a fio o que é a empresa e como ela opera. No final, o gestor, por meio de seus relatos, me mostra pontos que podem ser mantidos e outros que podem ser melhorados. E o mais interessante é que na maioria das vezes, a solução não está em aumentar a propaganda, está em reestruturar o ambiente interno e melhorar a gestão interpessoal.
Concluo dizendo que sem um profissional de marketing realizando o meio de campo entre o negócio e a propaganda, aumenta-se os risco da campanha publicitária não atingir o objetivo esperado; do comerciante se tornar insatisfeito com o trabalho de propaganda e o mais grave, que é essa área se extinguir por causa de uma percepção equivocada que tanto o publicitário como o empresário, tem da importância do consultor, assessor, assistente, supervisor, gerente ou diretor de Marketing.
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